quinta-feira, 7 de abril de 2022

Maria Adelaide Coelho da Cunha

 



Muito se tem produzido nos últimos tempos acerca da herdeira do Diário de Notícias, filha do seu fundador. 

Esta mulher foi desprezada no seu tempo pela sociedade dos neorepublicanos, que dizendo-se modernos e liberais não passavam de conservadores fascistas e bandidos perante a lei e a moral.

É importante notar que mesmo depois de se conhecer o tipo de carácter e honestidade dos três psiquiatras referidos, que como na terra dos Gulags, aprisionaram inocentes em em cadeias sob falsas acusações, eles continuaram a ser bem considerados e a dar nome a hospitais, ruas, etc.

Transcrevemos ipsis verbis o pouco que a Wikipedia narra sobre esta senhora e que mostra logo como foi vítima de Injustiça de Estado.


Maria Adelaide Coelho da Cunha

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maria Adelaide Coelho da Cunha


Nascimento

3 de Outubro de 1869

Morte

23 de Novembro de 1954 (85 anos)
Ramalde, Porto

Nacionalidade

Portuguesa

Maria Adelaide Coelho da Cunha (3 de Outubro de 1869 — Porto, 23 de Novembro de 1954) foi herdeira do co-fundador do Diário de Notícias, o seu pai Eduardo Coelho, e mulher de Alfredo da Cunha que o sucedeu como administrador e director do jornal. Ficou conhecida pela polémica pública gerada pelo seu internamento psiquiátrico e interdição judicial aos 48 anos de idade, após abandonar o marido para prosseguir um relacionamento amoroso com o chauffeur da família.

Biografia

Em 13 de Novembro de 1918 desencadeou-se um grande escândalo quando Maria Adelaide Coelho da Cunha resolveu, sem aviso prévio, abandonar a casa[1]. Foi então revelado que Maria Adelaide, com 48 anos de idade, se apaixonara pelo motorista da família, Manuel Claro, 20 anos mais novo, e partira com ele para um esconderijo em Santa Comba Dão, terra natal de Manuel.


O casal foi pouco depois encontrado, sendo ele preso na Cadeia da Relação no Porto, onde permaneceria quatro anos sem culpa formada, e ela internada no Hospital Conde de Ferreira, considerada louca por uma junta médica formada para avaliar o caso, composta por Júlio de Matos, António Egas Moniz e José Sobral Cid, os mais famosos alienistas portugueses de então, e interditada judicialmente de gerir os seus bens. Apesar de se ter defendido, mantendo uma polémica na imprensa e publicando um livro sobre o assunto, a que o marido respondeu com outro, a interdição judicial não foi levantada e o marido e o único filho do casal, então com 26 anos de idade, mantiveram-se na posse de toda a sua fortuna. Finalmente libertada, viveu na cidade do Porto, onde o novo companheiro foi taxista. O escândalo fez com que Alfredo da Cunha abandonasse em 1919 a direcção do Diário de Notícias e vendesse a respectiva empresa.

Com o aparecimento do jornal A Capital, Maria Adelaide começa a publicar crónicas assinadas por si na primeira página, a dar conta de todos os pormenores do horrível episódio que tinha vivido. Como resultado, o hospital Conde Ferreira é alvo de uma investigação jornalística, que veio a revelar que mais mulheres tinham sido internadas como forma de a família as castigar. O escândalo foi tão grande, que chega ao parlamento e altera-se a lei.

Em 1922, Maria Adelaide e Manuel Claro podem finalmente viver o seu amor em paz. Instalaram-se no Porto, onde ela se dedicou aos trabalhos de costura e ele ficou como taxista, com uma viatura que lhe foi concedida pelo sindicato dos motoristas que já tinha pago as custas judiciais. Nunca se casaram e foram amantes até 1954, data da sua morte. Alfredo da Cunha morreu dez anos antes, em 1944.

O drama, que apaixonou a alta sociedade lisboeta do tempo, inspirou diversas obras, entre as quais Doidos e Amantes de Agustina Bessa Luís., o filme Solo de Violino (1992), realizado por Monique  Rutler e o filme Ordem Moral (2020), realizado por Mário Barroso.