segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Joaninha no Natal

Apanhou-se roupa que estava lá fora a secar e foi deixada em cima da mesa. Em cima da toalha de Natal. Da roupa saiu uma joaninha. Em Dezembro, no penúltimo dia do ano, sob uns 5ºC, ele resistia no quintal.
A joaninha passeou-se na toalha de Natal. Devagar, porque com tanto frio elas não conseguem sobreviver, quanto mais andar.
Oxalá seja bom prenúncio para o ambiente neste 2020 que começa daqui a um dia.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Para que servem as polícias?


Classicamente, desde que ainda se confundiam com as forças militares, eram criadas corporações com a finalidade de defender as pessoas importantes, poderosas, ricas e o seu património. Em colaboração com as entidades judiciais, ou o que de mais parecido existisse, resolvia-se o problema do roubo de um pão, mandando enforcar o presumível ladrão, a questão de alguém que caçara ou pescara nas terras do senhor rico e importante, da nobreza ou do clero, mandando assassinar o caçador furtivo por decapitação.

As polícias têm sido, ao longo dos tempos, a guarda pretoriana dos ricos, dos que vivem do trabalho alheio e nada fazem além de “governar”, isto é, dar ordens e fazê-las cumprir acerca de assuntos de que nada entendem. Dos que se governam.



Com especial ênfase no século XX, desenvolveu-se outro conceito de polícias. Com a evolução da noção de Estado e para a justificação da sua existência, as polícias tiveram de assumir-se como defensoras do povo, dos ofendidos, e não dos poderosos e opressores.

Dizemos isto de modo mais acessível. As polícias deixaram de existir para defender os ricos e o seu valioso património, oprimindo o povo e dando-lhe ordens, normalmente ilegais e injustas. As polícias passaram a servir o povo. Claro que este conceito não é universal, nem maioritário, nem é fácil encontrar a sua concretização na prática. Mas está disseminado globalmente. A obrigação do polícia é servir o cidadão. Claro que continua a existir violência policial injustificada, mas é frequente levantarem-se vozes, sejam murmúrios, lamentos ou protestos mais ou menos violentos.



Que bom é ensinar às crianças que os polícias são para a segurança delas: quando se perdem, quando são perseguidas, maltratadas, roubadas, como se os polícias fossem uma espécie de anjos da guarda dos cidadãos.



Eu estava dentro do meu automóvel no perímetro do aeroporto e acessos e parques. Parei ao lado de um polícia. O homem já não era novo e tinha aquele aspecto que era muito comum aos seus pares há cinquenta anos atrás. Pela janela aberta tentei chamar-lhe a atenção meia dúzia de vezes.

- Por favor…

Mesmo ao meu lado, parecia não ouvir. Mas eu ouvia perfeitamente. Ele argumentava com um motorista e o seu passageiro que estavam numa situação de transporte ilegal. O carro não estava identificado, mas não era TVDE, não era UBER, o passageiro dizia que era amigo do condutor, o condutor dizia que era pai do passageiro, o passageiro não sabia o nome do condutor, mas o condutor sabia que o seu nome era Tiago, mas mesmo assim o passageiro não sabia o apelido do pai, aliás, o passageiro já tinha passado a ser apenas filho de um amigo do condutor.

O meu caso era urgente e continuei a chamar.

- Senhor agente, por favor… ouve-me?

O polícia já gritava que estavam a querer enganá-lo (só agora tinha descoberto? Era tão evidente…)

Eu tive de insistir, mudando a minha estratégia e levantei a voz.

- Senhor agente, preciso da sua ajuda.

O polícia pouco amistoso, que me tinha estado a ouvir todo o tempo (ele estava a menos de um metro da janela do meu carro) e que agora já sabia que eu era um cidadão que precisava de ajuda, virou-se de frente para mim, apenas os instantes necessários para declamar:

- Eu não ajudo nada. Não vê que estou ocupado. Siga!

Eu precisava de ajuda, mas não estava em perigo, não estava em perigo de vida ou a ser perseguido, mas que o agente da autoridade não teve oportunidade de o saber. O meu caso, de facto, até poderia ter sido algo muito mais grave do que era.



De futuro vou ensinar às crianças com quem lido que os polícias são aquele holograma meio angélico e em quem podemos confiar sempre ou que são pessoas algo rudes e sem disponibilidade para prestar auxílio aos cidadãos em dificuldades?

Imagem da Internet


domingo, 8 de dezembro de 2019

A estranha história de três irmãos.



A estranha história de três irmãos.
Homens e famílias poderosas considerados grandes patriotas e pessoas honradas entraram em guerra. Não interessam as razões, porque as pessoas normais não conseguem compreendê-las.
 


E recrutaram todos os homens jovens para lutar, incluindo os três irmãos.
Um irmão fugiu porque não queria morrer sem saber porquê. No final da história vamos saber o que lhe aconteceu.


Outro irmão recusou-se a acompanhar os soldados que o foram buscar a casa e mataram-no logo ali por deserção, embora ainda nem estivesse alistado.
O terceiro irmão acompanhou livremente os soldados e morreu em campo de batalha.


Quando vieram dar a notícia aos pais da morte do seu filho, eles reagiram violentamente e foram mortos. A mãe, só depois de violada.



O irmão que conseguiu fugir, foi para longe, conheceu uma jovem com quem casou e constituiu família. E foi muito feliz durante muitos anos, até ao dia em que chegaram a sua casa uns soldados que vinham recrutar os seus filhos para uma qualquer guerra.
 
Até quando? Até quando?

Orlando de Carvalho


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Aproveitar os transportes públicos para roçar e apalpar outras pessoas

Salvar uma libelinha que se afoga é obrigação de quem respeita o outro

O movimento LGBT não tem que ver com o respeito pelas pessoas diferentes, mas apenas com a propagação do hedonismo sexual e falta de respeito pela essência do ser humano.

Fui educado a respeitar todas as pessoas, desde pequeno, e assim ensinei aos meus herdeiros.
Maridos a baterem nas mulheres, mulheres a enganarem os maridos, e vice-versa…
Gozar com os colegas que vestiam roupas fora de moda, velhas, estragadas…
Aproveitar os transportes públicos para roçar e apalpar outras pessoas…
Usar uma posição preponderante, de chefe, patrão, recrutador, para abusar de quem está a um nível inferior…
Insinuar-se sexualmente em busca de promoções profissionais…
Agir em desconformidade com as normas de respeito pelos outros, com indignidade, com desonestidade, não resulta de uma boa educação (sem meter os sexos ao barulho), mas de falta de educação e de bom senso. É fruto de maldade e não de orientação sexual.
A caça às bruxas não tem que ver com este assunto de sexualidade, mas de outras coisas das quais as pessoas tiram vantagens, nomeadamente financeiras.
A má educação das crianças, leva-as à falta de respeito pelos outros e depois à corrupção à medida que crescem. Leva os jovens e adultos a defenderem valores, não por acreditarem neles, mas porque lhes são mais vantajosos pessoalmente.
E a corrupção deixa de ser exclusiva de políticos, mas comum a padres, juízes, médicos, professores. Introduzir aqui a tolerância para com as pessoas diferentes, por razões sexuais ou étnicas, ou sociais (estas sim, são as verdadeiras divisões entre pessoas) não faz sentido algum. Tratem de ser simpáticos e bem educados para toda as pessoas e resolverão mais de metade dos problemas do mundo.

Orlando de Carvalho

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Ser tolerante com quem e porquê?


Não tem sentido falar em tolerância com homossexuais, pretos ou outros. Tolera-se um erro, por isso se fala em tolerância zero, que é não mais erros. As pessoas diferentes são simplesmente pessoas. Diferentes.
A não aceitação de pessoas diferentes conduz a diversas situações.
- Se os cristãos rejeitam os judeus, então rejeitam Jesus, Maria, José, Pedro e Apóstolos
- Se os nazis rejeitam gente de baixo carácter, aperto de mão frouxo, frustradas desde a infância, então rejeitam Hitler
Está na moda acusar de homofóbicas as pessoas que se sentem incomodadas com a homossexualidade ou na presença de conversas ou atitudes homossexuais. Chamam-lhes intolerantes. Quando afinal os que as agridem chamando-lhes esses nomes e tentando segrega-las é que são intolerantes, xenófobos.
Quantas vezes me aconteceu já discordar ou discutir com alguém diferente de mim, cigano, homossexual ou negro. Da mesma forma que discordo ou discuto com uma pessoa com quem partilho cultura, religião, cor de pele. Acontece que com o diferente de mim, tudo se resolve quando o outro me chama racista, homofóbico, machista, ou o que lhe convier para defender o seu ponto de vista. Neste século XXI, estamos a afundar-nos nesta cilada, desonesta, mas bem montada.
Já lá vai o tempo em que a ofensa não ultrapassava o chamar benfiquista ou sportinguista ao outro.
Eu serei tolerante, quanto possível, para uma pessoa que mente, que rouba, que transgride e prejudica os outros. Serei tolerante com a sua falta.
Com um canceroso, um paralítico, um chinês, uma mulher, um homossexual, eu não posso ser, nem tenho que ser tolerante. A pessoa não prevaricou, nada há a perdoar, nada há a tolerar.
Caso diferente será se essa pessoa pretender inverter os critérios da nossa sociedade, como apresentar a pedofilia como normal ou a monogamia como conceito a abater.

Orlando de Carvalho