sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Karl Lagerfeld - Obituário


A morte de Karl Lagerfeld ocorreu em 19 de Fevereiro de 2019 e foi título em toda a comunicação social. O excêntrico idoso foi referido como alguém que deu um contributo importante para a sociedade.
Como é possível que um louco que não acrescentou nada à humanidade possa ser alvo de tão magnânimo tratamento?
Os seus objectivos de vida estão bem expressos nas suas últimas vontades: ser cremado e as cinzas juntas aos restos mortais da mãe e da gata, se esta morresse antes dele, caso contrário, como aconteceu, a bichana foi herdeira de uma boa parte da sua imensa fortuna. Como é possível que pessoas supostamente racionais idolatrem um louco destes?
O ar de superioridade veio-lhe provavelmente da fortuna de família acumulada durante a I Guerra Mundial pela colaboração com os boches. A Alemanha perdeu a guerra, mas muitos dos seus aliados enriqueceram.
Consultando a biografia do defunto, não descortinamos benefícios para a humanidade, mas apenas escândalos, mentiras e mais escândalos.
Ele foi um louco, certamente, e loucos foram os meios de comunicação social que o ajudaram a chegar onde chegou e os milionários que pagaram exorbitantemente algumas peças que ele desenhou.
Quanto às relações interpessoais de Lagerfeld, elas espelham a solidão da infância que permaneceu ao longo da vida.
Lagerfeld chegou a manifestar o desejo de casar com a sua gata de estimação, se a lei autorizasse essa ligação. Entendemos então que a sua loucura derivou, ao menos em parte da solidão a que se votou ou que foi votado, que o traumatizou na infância ainda e da qual não foi nunca capaz de se libertar, necessitando de escandalizar para chamar as atenções. E as gentes burras acabaram dando-lhe atenção e enchendo-o de dinheiro, dinheiro que vai fazer as delícias da gata que lhe sobreviveu.
Deus tenha misericórdia da sua alma.

Orlando de Carvalho

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Roubar idosas e crianças à sombra da idoneidade


Foi pela década de 1980 que a avó ofereceu aos netos um mealheiro que era um cofre. Fez um depósito no Montepio a favor de cada um dos netos e recebeu o tal mealheiro com a devida ranhura para se colocar dinheiro. O cofre só podia ser abeto nas instalações do Montepio e o dinheiro que lá existisse era retirado e colocado na respectiva conta bancária.
Passaram alguns anos, não muitos. Os pais foram com as crianças ao Montepio para saber quanto tinha sido depositado pela avó e abrir os mealheiros para fazer a sua transferência para a conta.
O Montepio tinha cancelado esse sistema de poupança e tinha roubado o dinheiro das contas crianças que tinha sido depositado pela avó. Fizeram o favor de abrir os mealheiros e a família voltou para casa com os mealheiros, bons para irem para o lixo, com o dinheiro que neles tinha sido amealhado e com a notícia triste para a avó de que o Montepio tinha defraudado a confiança dela e roubado o dinheiro das crianças. Em boa verdade, os pais das crianças não quiseram dar essa tristeza à avó, já tão cansada de roubos e injustiças, e nunca lhe contaram a verdade.
Até que ao passar diante de uma loja do Montepio vimos o anúncio de que os mealheiros estão de volta.
Adivinhamos mais um roubo bancário e de banqueiros. Desta vez já plenamente anunciado porque é reincidência. Eles vão vivendo com os golpes de baú e contos do vigário, provavelmente convencidos que serão capazes de levar, no caixão, aquilo roubaram, especialmente a idosas e crianças.

Orlando de Carvalho