terça-feira, 28 de novembro de 2017

Maus exemplos escolares



É com grande tristeza que deparamos com exemplos como este. Uma escola onde há árvores de fruto.
A fruta não é apanhada, cai no chão e apodrece. Quando andei na escola, há 50 anos, era proibido apanhar a fruta das árvores, porque era para servir no refeitório.
Neste caso, seria bom exemplo dar a fruta aos alunos, aos mais carenciados ou a quem dela goste, ir com as crianças levar a algum organismo assistencial, usá-la em aulas de culinária para fazer compotas ou marmelada.
Mas deitar fora... Depois querem ser coerentes com as palestras que fazem sobre reciclagem, ambiente, etc.
Assim, não se vai a lado nenhum.

























Orlando de Carvalho

A trapaça do Infarmed


Descentralização? Regionalização? Afinal de que estamos a falar?
O governo deita a perder a possibilidade de a Agência Europeia do Medicamento vir para Portugal ao trocar a proposta da sua instalação em Lisboa, pelo Porto, que não tem estruturas de suporte que possam competir com Lisboa, nem com as cidades concorrentes de outros países. Mas calou quem, do Porto, reclamava ficar para trás. Não se lembrou de Vila Real, Bragança, Covilhã ou Arganil, que isso sim, seria descentralização. Apenas quis calar Rui Moreira e não fazer mais estragos eleitorais no Porto que aqueles que já tinha feito.
Depois de tudo perdido, o primeiro-ministro tem uma das suas habituais saídas para calar todos, mesmo quando tudo corre mal. A EMA não vai para o Porto, mas vai o INFARMED. A infantilidade voltou a calar a sociedade portuense, mas o lapso bradou todos os recantos do país.

Em Portugal, o povo nunca é primeira opção. Nunca, para ninguém politicamente notável.

A notícia que nos chega dá conta disso mesmo.

A Fábrica Militar de Braço de Prata deixou de fornecer material de guerra às nossas Forças Armadas com o fim da Guerra do Ultramar / Colonial. Noutro país mais atento, teria começado a exportar material de guerra para o estrangeiro, mas não num país governado por pacóvios. Pessoalmente agrada-nos a ideia de não fabricar material de guerra, para matar.
Existe uma coisa chamada reconversão industrial. Na mesma fábrica podiam fabricar-se milhares de outras coisas. Recordemos os capacetes da II Guerra Mundial que nalguns lugares foram perfurados e vendidos como passadores para utilizar nas cozinhas.

Mas quem comanda os pacóvios são sempre os mesmos. A fábrica foi destruída e ficou para ali porque quem tem o dinheiro não tem pressa. O tempo valoriza quase tudo (financeiramente). 

Provando que não há interesse na descentralização, são investidos milhões para concentrar ainda mais em Lisboa pólos de desenvolvimento financeiro, mansões de luxo, etc.

Mais informação sobre o que se está a fazer nas antigas instalações de Braço de Prata

E algumas consequências da transferência do INFARMED 

Orlando de Carvalho

terça-feira, 14 de novembro de 2017

crimes contra si na internet






Este é um dos muitos e-mails que circulam. A pessoa desprevenida ou pouco conhecedora clica e depois não sabe quem lhe entrou no computador e lhe roubou senhas, números de cartão de crédito, fotografias pessoais, etc.

Uma situação análoga e interessante aconteceu a um amigo nosso. Estava a tratar de um qualquer assunto com a Vodafone no seu smartphone quando lhe apareceu uma mensagem: Papa continuar e verificarmos a sua identidade, coloque a sua impressão digital no écrã. Ele colocou o dedo e recebeu logo a resposta: Obrigado por ter subscrito o nosso serviço. Passaremos a debitar-lhe semanalmente €3,54.

E não foi nada fácil resolver depois o assunto com a Vodafone.

Esteja atento (ou atenta).

Orlando de Carvalho

Diabetes 1a


Damos início a uma série de artigos sobre a Diabetes.


















Fonte: Euroclinix.net, adaptado


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

domingo, 12 de novembro de 2017

Afectos aos sem abrigo

Um presidente, um ministro ou um rei não manda fazer, mas dá o exemplo de como se faz.
Quem critica o Presidente Marcelo devia aprender com ele. Quem vive ou viveu o drama dos sem abrigo, como sem abrigo ou como voluntário a servir os sem abrigo, percebe bem quanto um gesto destes pode representar na vida, na saúde e no bem-estar dos sem abrigo.
São pessoas que perderam tudo, mas por vezes são apenas pessoas que perderam a vontade de viver e depois abandonaram tudo.
Saber que são importantes para alguém - e logo para o Presidente da República - ajuda a recuperar a auto-estima e a vontade de viver, mesma a recuperação e reinserção social. 

Esta é uma atitude cristã.
Gesto de amor.
Gesto pedagógico para os cidadãos e para os governantes.
O que se precisa num Presidente da República.


As fotografias contam a história











Orlando de Carvalho

Fotos da Internet de várias origens

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Nas escolas ensina-se que civismo é crime

Ditaduras são aqueles regimes que governam através da intimidação das pessoas, infligindo castigos a qualquer inocente que discorde ou que denuncie atropelos, ilegalidades, que abra a boca, que tome atitudes de acordo com a dignidade humana.
Em ditadura, há muitos professores que assumem plenamente a sua condição humana e de guias dos seus alunos e lhes transmitem orientações de civismo e respeito pleno pelas pessoas, mesmo sabendo que incorrem em sanções por gritarem liberdade, onde isso é proibido.
No presente ano lectivo, muitas escolas cometeram a ilegalidade de servir comida aos seus alunos como se estivessem a dar de comer a prisioneiros. Há muitos lugares em que pessoas sob prisão recebem melhor comida que aquela que foi divulgado que estava a ser servida às nossas crianças.
Esperar-se-ia que o governo pedisse formalmente desculpa (ai! é tão difícil pedir desculpa), mas isso não aconteceu. Também se esperaria que fossem adoptadas sanções contra quem prevaricou, a nível da escola no caso de se tratar de opção local, ou a nível do ministério se apenas estivessem a obedecer a directivas.
 
 Para vergonha minha, que sou português e vivo sob a jurisdição deste Estado, com base em legislação inadequada à situação, os alunos que abriram a boca, que denunciaram as ilegalidades, que agiram com civismo, estão a ser castigados nas suas escolas.
É nojento que assim seja. É porco que o Estado português permita ver o país ser notícia e admoestado nas instâncias internacionais por servir porcaria às crianças e adolescentes.
Será necessário o senhor Presidente da República voltar a falar, ou o senhor Ministro da Educação vai repor a ordem e sancionar todos os prevaricadores, neles não incluindo certamente os denunciantes de crime. Porque é obrigação de qualquer cidadão denunciar um crime público, mesmo transgredindo algumas normas menores.

Orlando de Carvalho

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Que arda a Serra de Sintra





Que arda a Serra de Sintra[1]

Sobre a Serra de Sintra pairam durante a maior parte dos dias do ano nuvens. Quem, vindo de qualquer lado, se aproxima desta serra, mesmo em dia de sol, no Verão, ao chegar a Sintra deixa de ver o sol e sente uma forte humidade atmosférica e a descida de temperatura. Isto não acontece em todos os dias do ano, mas passa-se na maior parte deles. Existe uma correlação entre a serra e o clima, comparável à que existe entre a galinha e o ovo. O clima dá à serra uma imensa variedade de tonalidades verdes cobrindo-a completamente de arvoredo e a serra impulsiona aquele clima tão característico. A humidade alimenta a vegetação e esta liberta humidade que alimenta o clima. Claro que existe a influência do mar, mesmo ali ao lado, mas também Sesimbra está mesmo ao lado do mar e não desfruta nem da vegetação nem da humidade que existe em Sintra.
Se a vegetação de Sintra fosse completamente eliminada, pelo fogo, por exemplo, provavelmente se restabeleceria passado algum tempo, pois o solo está bem fornecido de sementes prontas a germinar e a humidade vinda do mar alimentaria uma nova vida da serra. Mas uma sucessão de fogos teria efeitos catastróficos.
Também o deserto do Saara, tão perto de nós, terá sido um dia uma floresta luxuriante, que secou.
Talvez esta introdução nos ajude a compreender o fenómeno do eucalipto em Portugal. Um eucalipto não faz mal. Pelo contrário, há destas árvores, antigas e de dimensão enorme, que regalam o olhar de quem por elas passa e se detém a contemplá-las, além de libertarem agradável odor, sombra reconfortante, um espaço circundante normalmente limpo de ervas daninhas e permitindo que nos instalemos confortavelmente para merendar, ler, brincar ou namorar e, em fim de vida, madeira.
Contudo, a questão do eucalipto é bem semelhante à de outras árvores e olhando para os plátanos ou as mimosas podemos compreender melhor o papel que ele desempenha na comunidade humana e na economia, em Portugal.
Não existem plátanos de nascimento espontâneo em Portugal, pois se trata de uma espécie importada do Canadá e que não é favorável à constituição fisiológica dos portugueses. Na Primavera, os plátanos libertam aquela penugem branca que cobre o solo. Muitas pessoas se queixam de reacções alérgicas, espirros e olhos a lacrimejar, quando estão próximas desse cenário com aquela “neve” vegetal a cair das árvores e a cobrir o chão. Não obstante as lamentações dessas pessoas, há muitos pareceres ditos científicos que explicam que essas pessoas estão enganadas e que os plátanos praticamente não provocam alergias. E alguém, ao longo dos anos, tem tratado de encher espaços verdes dentro de escolas com árvores destas que, intuitivamente, sabemos serem prejudiciais à saúde.
Também as mimosas proliferam no nosso país. Talvez por causa das lindas flores amarelas – mas são tantas as pessoas alérgicas que, por causa dessas flores, sofrem terríveis dores de cabeça! Mas as mimosas vieram à conversa por outra razão: a sua grande capacidade de infestação e resistência.
Um bom homem plantou uma meia dúzia de mimosas num terreno que possuía. Segundo contou a amigos, apenas para se entreter. Ora, elas reproduziram-se, ocuparam todo o terreno, invadiram os terrenos dos vizinhos e cobriram a serra. As mimosas alastram e conquistam terreno à custa da destruição de outras espécies vegetais que lhes fazem concorrência. Passados uns anos, os terrenos com mimosas podem ficar completamente inutilizados para qualquer actividade agrícola ou florestal.
Muito pior que plátanos e mimosas são os eucaliptos.
Trata-se de árvores chamadas de crescimento rápido, ou ultra-rápido, trazendo grandes vantagens económicas imediatas a quem as planta. Crescem rapidamente porque conseguem absorver uma quantidade de água muito maior que as outras espécies vegetais. Desta forma, os eucaliptos consomem toda a água disponível e levam à morte, primeiro a vegetação rasteira, as ervas que cada eucalipto seca em seu redor, depois todas as outras árvores do perímetro do eucaliptal, com o passar do tempo, todos os terrenos na vizinhança se tornam estéreis, pois a água é-lhes roubada pelos eucaliptos na sua ânsia de crescerem e de beberem toda a água que conseguem para crescerem rapidamente. Assim são esterilizados os terrenos onde se plantam eucaliptos: vai-se a erva, vão-se as fontes, vão-se as outras árvores, vão-se todos os animais que precisam de água, humidade e algum tipo de vegetação que lhes sirva de alimento, que não é o caso do eucalipto, de que animal algum em Portugal se quer alimentar.
Ao fim de alguns anos, ainda que o terreno tivesse sido fecundo como na referida Serra – e há tantos casos semelhantes a Sintra, nas Beiras, ou havia – torna-se seco, a princípio não tanto como o deserto do Saara, mas progressivamente incapaz de produzir qualquer tipo de riqueza económica (comestível incluída). Demorará uns séculos a tornar-se um deserto, provavelmente, mas em poucos anos pode ficar completamente estéril. Quando a terra se torna grotesca e a secura cava fissuras, quando deixa de produzir humidade e não tem vegetação que conserve a humidade, seja dentro das folhas e dos caules, ou mesmo aquele orvalho debaixo das folhas, quando deixa de chover, então a alegria da vida está em vias de se desfazer. Da mesma forma que na Serra de Sintra, mas funcionando ao contrário, verifica-se a relação de ovo e galinha: sem humidade no solo não se formam nuvens e sem nuvens não cai água no solo. As únicas nuvens que se hão-de avistar passarão a grande altitude, prosseguindo o seu caminho para outras terras e levando consigo toda a água que carregam.
Inteligentes, os países ricos da Europa perceberam que precisavam de eucaliptos para a produção de papel e outros materiais, mas não quiseram desertificar os seus solos e pagaram a governantes pouco escrupulosos ou de fraca inteligência para fomentarem em Portugal a plantação do demónio que é essa árvore devastadora. E o povo percebeu, ou ensinaram-lhe, que plantando eucaliptos podia resolver o seu problema económico e da falta de empregos, podia deixar de recorrer à emigração, pois este negócio chorudo podia render mais que os ordenados pagos aos emigrantes pela Europa fora.
Foi-se a erva, foi-se a floresta de espécies nativas e húmidas, foram-se as fontes, os ribeiros e os caudais. Vieram as frutas e as hortaliças, as carnes e os cereais, da Bélgica, do Chile ou da Nova Zelândia, e os preços subiram.
E veio o fogo.
Um dia, um proprietário falou-me das mentiras que se diziam sobre os eucaliptos. Depois de plantar estas árvores num terreno onde não havia água, surgiu lá uma fonte. Disse-me que os eucaliptos eram bons para tornar os terrenos húmidos a ponto de fazerem aparecer água onde não existia. Nunca percebi se se tratava de estupidez pura ou se tentou fazer de mim parvo, armando em chico esperto!
Diz-se hoje que a questão dos incêndios florestais é um problema estrutural e de ordenamento do território. É tudo isso, mas muito mais. É uma questão mesmo de traição. É danificar o património comum para servir o interesse de alguns energúmenos e de outros ignorantes que tratam de realizar rapidamente muito dinheiro, borrifando-se para os filhos, netos e gerações futuras, que mais não serão que sangue do seu sangue e carne da sua carne.
Ninguém sabe qual a razão por que desapareceram os dinossauros.
Não está ainda explicado o que aconteceu à provável floresta que existia no norte de África onde agora só há deserto.
Depois também ninguém saberá a razão pela qual Portugal terá desaparecido.
Mas alguns continuam a dizer que os plátanos não fazem mal às alergias e continuam a plantá-los dentro das escolas. Outros deixam as mimosas reproduzir-se. Muitos plantam eucaliptos. E os fogos multiplicam-se. E culpam o povo simples que continua a fazer as mesmas queimadas que sempre fez e que precisa de continuar a fazer, mas que já não pode fazer, porque os eucaliptos já modificaram o clima de Portugal e o país já não suporta as queimadas.
Fazem-se leis para proteger os eucaliptos, mas não se fazem as que são necessárias para evitar e combater os fogos. Discute-se que culpa teve cada partido no estado a que chegámos, como se não fosse culpa de todos!
Na década de 1930 foi feita legislação importante para evitar a disseminação de eucaliptos. Já anteriormente se tinham produzido leis sobre esta matéria. E continuaram a fazer-se leis e mais leis, sempre para combater o eucaliptal, mas sempre permitindo que mais e mais eucaliptos continuem a ser plantados em Portugal.
Alguns parecem felizes porque estão a enriquecer. Mais tarde são já muitos os que são tocados por essa felicidade aparente, porque afinal o eucaliptal dá para muitos enriquecerem… enquanto houver solo disponível para plantar… Eles não entendem que a riqueza que estão a criar não passa de migalhas que caem da mesa dos senhores que precisam da pasta de papel mas não querem eucaliptos nos seus países, nas suas terras. Apanham migalhas, feitos burros, muito alegres porque pensam que estão ricos.
E o povo comove-se com um presidente solidário.
O povo comove-se com os concertos solidários.
O povo comove-se a escutar nas televisões os relatos das tragédias das famílias enlutadas, que tudo contam para as câmaras. É o negócio das televisões que assim enriquecem à custa da desgraça alheia.
E o povo agita-se e revolta-se quando alguém diz que há culpados pelo estado a que chegámos dentro do seu partido, como se algum partido tivesse alguma importância quando está tanto em jogo.
E o povo come e cala, sempre confiante na sabedoria dos mesmos políticos, que pertencem às mesmas famílias que governam na democracia, que governaram no Estado Novo, que tinham governado na I República, que já governavam na monarquia e que continuarão a governar.

Orlando de Carvalho


[1] Muito se tem escrito e dito sobre os fogos e os eucaliptos. Como em metade dessas conversas se diz o contrário do que é afirmado na outra metade, é lícito, lógico e necessário concluir que metade do que se diz e escreve, portanto metade do que se ouve e se lê, é mentira. Que razões levam metade das pessoas a tentar enganar a outra metade? É antigo o dito de que anda meio mundo a enganar o outro meio, mas qual será a razão? Acreditamos que a ignorância de uns e o egoísmo de outros ao defenderem o que é seu, mesmo atropelando os outros, cobrem a quase totalidade dos casos. Acreditamos estar a contribuir para ajudar as pessoas a esclarecerem os seus espíritos, sem partidarismos, sem clubismos, sem filosofias nem misticismos. Aqui deixamos uma história resumida do eucalipto e dos fogos e de como o mal de uns convém a alguns.