Em ditadura, há muitos professores que assumem plenamente a sua condição humana e de guias dos seus alunos e lhes transmitem orientações de civismo e respeito pleno pelas pessoas, mesmo sabendo que incorrem em sanções por gritarem liberdade, onde isso é proibido.
No presente ano lectivo, muitas escolas cometeram a ilegalidade de servir comida aos seus alunos como se estivessem a dar de comer a prisioneiros. Há muitos lugares em que pessoas sob prisão recebem melhor comida que aquela que foi divulgado que estava a ser servida às nossas crianças.
Esperar-se-ia que o governo pedisse formalmente desculpa (ai! é tão difícil pedir desculpa), mas isso não aconteceu. Também se esperaria que fossem adoptadas sanções contra quem prevaricou, a nível da escola no caso de se tratar de opção local, ou a nível do ministério se apenas estivessem a obedecer a directivas.
É nojento que assim seja. É porco que o Estado português permita ver o país ser notícia e admoestado nas instâncias internacionais por servir porcaria às crianças e adolescentes.
Será necessário o senhor Presidente da República voltar a falar, ou o senhor Ministro da Educação vai repor a ordem e sancionar todos os prevaricadores, neles não incluindo certamente os denunciantes de crime. Porque é obrigação de qualquer cidadão denunciar um crime público, mesmo transgredindo algumas normas menores.
Orlando de Carvalho
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