sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Mais publicidade infantil na escola


Representantes de uma editora entram na sala de aula de uma escola do 2º ciclo. Com autorização da autoridade escolar.
O objectivo é convencer os alunos a instalarem uma aplicação no telemóvel através da qual a editora dá às crianças diversos acessos a material escolar e jogos. Alguns fazem de imediato a instalação. Outros mais tarde. Os que não têm telemóvel ficam a ver os colegas. E os agentes comerciais voltam na semana seguinte para premiar os utilizadores com esferográficas.

Isto choca com a nossa maneira de estar no mundo e com o respeito que nos merecem as crianças. Aos pais isto passa ao lado. Os professores certamente aplaudem na certeza, na esperança ou na ignorância das vantagens que poderão obter da editora. As editoras estão-se borrifando para o ensino. Sabemo-lo pela baixa qualidade dos manuais escolares onde proliferam erros. As editoras querem ganhar dinheiro. Apenas.
É nosso entendimento que se trata de abuso infantil. Não punido nem denunciado por quem o devia fazer, que prefere aplaudir ou aproveitar.
Não nos calaremos, mesmo que os dedos se cansem de tanto escrever.

Orlando de Carvalho



Um país tropical


O Brasil é um país e uma nação muito peculiar. É provavelmente, entre todos, o país de maiores contrastes. Da inocência do Bom Selvagem da Amazónia às maiores redes de corrupção, durante o governo PT, durante a Ditadura, desde sempre. País onde subsiste a escravatura, com maior ou menor infâmia e pudor, e onde comunistas da Bossa Nova realizam e cantam os maiores hinos à liberdade. A Embraer é o maior fabricante mundial de aviões, a seguir à Airbus e à Boeing e possui alguns dos maiores bairros de lata do mundo, onde a criminalidade atinge níveis impensáveis.

Na década de 1960, conheci em Lisboa brasileiros de visita à Europa. Saíamos, à noite para jantar fora, e eles tremiam de medo e admiravam-se:

- Vocês não têm medo de ser assaltados?

Aqui havia paz, mas o Brasil vivia já a criminalidade que se mantém até hoje.

Acabou a Ditadura e pensou-se que o Brasil ia dar o salto.

Na democracia, o Brasil vai votando e saltando de um tipo de governo para outro. Sem conseguir acertar.

Os brasileiros que estavam fartos de ser reprimidos, votaram PT e Lula da Silva.

Perceberam que não era o que queriam.

Vão votar Bolsonaro. E vão perceber que aquilo não é o que querem.

Quando Bolsonaro (ou os militares que estão por trás) cair, vão desejar de novo o PT, até perceberem que esse é outro erro.

Este é uma situação que se repete também em Portugal, mas com repercussões muito menores. O Brasil, como a China, é um país imenso onde morrerem mais mil ou dez mil, ou menos dez mil, se torna imperceptível a nível estatístico. Claro que não a nível humano. Mas para quem se rege apenas pelos números… os que morrem, que são violados, que são abusados, que são injustiçados, são uma gota de água numa multidão tão grande.


Os brasileiros, e tantos pelo mundo fora, cantaram o país tropical abençoado por Deus! Pois que seja! Que a bênção de Deus conduza aquelas mulheres e aqueles homens a vias de felicidade, que os livre dos corruptos e dos selvagens esclavagistas e gananciosos. Assim seja, Senhor Deus.



Orlando de Carvalho



quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Primeira pessoa do plural do presente do conjuntivo


Bem sabemos que se fala cada vez pior a língua portuguesa. A baralhada das versões faladas na Europa e nos outros continentes, que poderia ser um enriquecimento para a língua, com o acto de ignorância que foi o Acordo Ortográfico, passou a ser mais um dos factores desestabilizadores, em concomitância com a realidade da comunicação digital, SMS e outras.
A falta de preparação de muitos professores também é um contributo positivo para se falar e escrever mal. Os programas curriculares e livros de aprendizagem mostram a má preparação de quem ao nível de governo e editoras (des)cuida estas matérias.
Deixaram de se aprender as conjugações verbais! Vitória da D. Ignorância.
Rememos contra a maré. Com cuidado…mesmo com cuidado, duvido que se chegue a bom porto, mas não desistamos.

A primeira pessoa do plural do presente do conjuntivo (talvez já não se denomine assim) é uma palavra grave.

Tenhamos não é tênhamos, como se diz por aí.
A sílaba tónica é no “nha”.
Ajudemos aqueles que não sabem falar, se eles permitirem, para bem da nossa casa comum.

Orlando de Carvalho

terça-feira, 2 de outubro de 2018

União Europeia contra Portugal

A propósito da investida da União Europeia contra Portugal e o Povo Lusitano, de quem a revista Visão se faz eco com grande sensacionalismo, registamos algumas incongruências.


Os políticos europeus não merecem mais respeito que um monte de caca.
Os manuais alemães contam as barbaridades do nazismo?
Os manuais franceses contam os milhões de assassinados pelos exércitos de Bonaparte? A Europa permite que os franceses continuem a celebrar o bandido que foi Bonaparte?
Os manuais britânicos contam a atitude esclavagista e colonial destes? Já durante o século XX?
Sobre ciganos, por exemplo, quem os mandou para as câmaras de gás?
Orlando de Carvalho