O Brasil é um país e uma nação muito peculiar. É provavelmente,
entre todos, o país de maiores contrastes. Da inocência do Bom Selvagem da
Amazónia às maiores redes de corrupção, durante o governo PT, durante a
Ditadura, desde sempre. País onde subsiste a escravatura, com maior ou menor
infâmia e pudor, e onde comunistas da Bossa Nova realizam e cantam os maiores
hinos à liberdade. A Embraer é o maior fabricante mundial de aviões, a seguir à
Airbus e à Boeing e possui alguns dos maiores bairros de lata do mundo, onde a
criminalidade atinge níveis impensáveis.
Na década de 1960, conheci em Lisboa brasileiros de visita à
Europa. Saíamos, à noite para jantar fora, e eles tremiam de medo e
admiravam-se:
- Vocês não têm medo de ser assaltados?
Aqui havia paz, mas o Brasil vivia já a criminalidade que se
mantém até hoje.
Acabou a Ditadura e pensou-se que o Brasil ia dar o salto.
Na democracia, o Brasil vai votando e saltando de um tipo de
governo para outro. Sem conseguir acertar.
Os brasileiros que estavam fartos de ser reprimidos, votaram
PT e Lula da Silva.
Perceberam que não era o que queriam.
Vão votar Bolsonaro. E vão perceber que aquilo não é o que
querem.
Quando Bolsonaro (ou os militares que estão por trás) cair,
vão desejar de novo o PT, até perceberem que esse é outro erro.
Este é uma situação que se repete também em Portugal, mas
com repercussões muito menores. O Brasil, como a China, é um país imenso onde
morrerem mais mil ou dez mil, ou menos dez mil, se torna imperceptível a nível
estatístico. Claro que não a nível humano. Mas para quem se rege apenas pelos
números… os que morrem, que são violados, que são abusados, que são
injustiçados, são uma gota de água numa multidão tão grande.
Os brasileiros, e tantos pelo mundo fora, cantaram o país
tropical abençoado por Deus! Pois que seja! Que a bênção de Deus conduza
aquelas mulheres e aqueles homens a vias de felicidade, que os livre dos
corruptos e dos selvagens esclavagistas e gananciosos. Assim seja, Senhor Deus.
Orlando de Carvalho
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