quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Folclore eleitoral



Numa feira assisti à passagem de três grupos partidários em campanha eleitoral.
Uma senhora, perto de mim, dizia em voz baixa para a amiga: aquela ali com a bandeira na mão, quando passa por mim na rua nunca me fala, mas agora veio cumprimentar-me e dar-me este folheto de propaganda.
Dizia outra: isto dos independentes devia ser proibido. Eles todos têm partido, não querem é dizer.
Na esplanada, conversam dois pobres cidadãos eleitores:
- Então o Fernando é dos Independentes…
- Pois é. Mas ele não era do PSD?
- Pois era. Não sei o que se passou…
É nestes esquemas de ignorância que o povo exerce o seu “direito de voto”.
De uma organização da Igreja Católica, quatro pessoas candidatam-se nas listas da CDU. Como a CDU não tem nada a ver com o Partido Comunista, é uma ampla coligação, as pessoas dizem candidatar-se como independentes. Tanto subterfúgio, tanta desonestidade, a meu ver.
Um candidato à autarquia manifesta as suas ideias acerca do sistema penal da nação, como se estivesse a candidatar-se a deputado. E assim engana as gentes que vão votar.
Era suposto o regime sucessor do Estado Novo ter sido uma democracia. Mas não foi, porque quem ganhou foram os demagogos e oportunistas. Para quando a vez das gentes terem voz?

Orlando de Carvalho

Das tribos aos partidos



Talvez tenha havido um tempo em que as tribos conseguiram existir sem um chefe, conquanto mesmo entre os animais seja comum que algum dos membros do grupo ou tribo dirija os demais. Talvez na espécie humana a vida em comunidade e sem chefia seja mais um sonho ou uma esperança de um futuro paradisíaco que um passado perdido ao contrário das teorias que defendem o materialismo histórico.
A chefia da tribo concretiza-se de duas formas. Ou pela força ou pela escolha dos seus membros através de um processo a que chamamos normalmente eleição. Qualquer das fórmulas tem imensas variantes. Na primeira estão incluídas as monarquias e as ditaduras. Mesmo as monarquias em regimes democráticos tiveram a sua origem no poder absoluto conquistado pela força. Na segunda, revêm-se as várias formas de democracia.
As tribos associaram-se e originaram as nações, que em muitos aspectos são tribos grandes, mas as associações iniciais, quase familiares, mantiveram-se.
É disto que trata, ou devia tratar, a eleição autárquica. A assembleia, os vizinhos, elege aquele, ou aqueles, que passa a dirigir a vizinhança, aldeia, bairro, ou outra estrutura que seja. O eleito deve ser relativamente bem conhecido de quase todos os moradores no aglomerado habitacional considerado e merecer a confiança destes para lhes resolver da melhor forma os seus problemas.
Nisto deviam consistir as eleições autárquicas. Mas o tribalismo está ultrapassado e as eleições locais tratam essencialmente de processos em que umas associações de pessoas bem falantes e pouco dadas ao trabalho, chamadas partidos políticos, tratam de ocupar os locais de chefia da aldeia, do bairro, da vila, da cidade, de modo a viverem bem, normalmente é mais de continuarem a viver bem, à custa dos residentes, e continuamente prometendo tratar dos assuntos da Polis, isto é, da comunidade local, não cumprindo, mostrando-se arrependidos, melhor, inventando justificações para não o ter feito, e prometendo que desta vez é que é. E os membros da tribo, não se sabe por que razão, continuam a eleger membros dessas associações, os tais partidos.
Em relação às nações, tudo acontece da mesma forma.
Os partidos escolhem pessoas da sua confiança que permitam que os seus associados continuem a viver bem, trabalhando pouco enquanto arranjam esquemas para as gentes da nação votarem nos seus candidatos. E as gentes da nação, vá-se lá saber por quê, continuam a votar neles.
Deste modo, um bom homem que defendeu os interesses dos seus conterrâneos nas Caldas da Rainha pode ser destacado pelo partido para ser candidato por Loures, como se percebesse alguma coisa dali e mais tarde ser candidato pelo seu partido em Leiria ou Faro.
Como pode um portuense ser presidente da Câmara de Lisboa ou um lisboeta presidir à edilidade portuense?
Um deputado nacional eleito pelo Distrito de Bragança, deve votar no Parlamento em defesa dos interesses daqueles que o elegeram ou de acordo com as directivas do partido político que, em última análise, é quem lhe paga o ordenado, quem lhe garante uma boa vida e quem, no final da carreira parlamentar lhe vai arranjar um cargo profissional, num ramo que ele desconhece em absoluto, mas que lhe vai render lucros na proporção em que foi fiel ao partido? Ou deve ainda votar de acordo com o empresário que lhe pode garantir no final do tempo de serviço parlamentar uma espécie de reforma milionária como pagamento desse voto?
Parece que anda tudo maluco, pelo menos quem vota, quem dá o seu cheque assinado e em branco, não sabe a quem.
A vida das pessoas e das comunidades não é, assim, mais que uma brincadeira de crianças, um futebol. Apoio o partido X-ista ou sou fã do partido Y-ista com o mesmo empenho que apoio o Benfica ou sou fã do Sporting. Isto é uma vergonha!

sábado, 16 de setembro de 2017

Rating Sócrates Passos Costa

A classificação da economia portuguesa como "lixo" não é consequência da política do governo PSD-CDS, de Passos Coelho, que apenas aguentou o barco a que Sócrates e o PS tinham furado o fundo e já metia água por toda a parte. Considero que Passos Coelho não sabe fazer nada além de discutir política e mal, e que fez muita porcaria enquanto governou e que agora está a deitar abaixo o que resta do PSD. Mas foi esse governo, com o apoio do PCP e do BE, que ajudaram a deitar abaixo Sócrates porque sabiam que ele e o PS levariam Portugal à ruína, foi esse governo que remendou o fundo do barco e impediu o naufrágio.
Estupidamente, Passos Coelho nem é capaz de afirmar isto com a dignidade que devia.
Costa e o PS não estão a fazer mais que a sua obrigação que é remendar a porcaria que Sócrates e o PS fizeram.
 
Orlando de Carvalho
 
 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Governo quer proibir futebol em dia de eleições

GOVERNO VAI PROIBIR FUTEBOL EM DIA DE ELEIÇÕES
É já um dado adquirido o pensamento do governo acerca do restabelecimento da censura em Portugal.
O Governo considera que os portugueses não passam de bestas estúpidas. O Governo pretende proibir espectáculos, quer dizer, Governo faz uma censura que nem os fascistas ousam, para obrigar os estúpidos, no entender dos espertos dos governo, que preferem o futebol a ir votar. Besta é quem pensa como o governo.
No Reino Unido, nos Estados Unidos e em outros países mais desenvolvidos ou mais atrasados que Portugal, as pessoas trabalham e votam no mesmo dia.
Os governantes portugueses percebem finalmente que são zeros à esquerda perante verdadeiros portugueses vencedores como Cristiano Ronaldo ou Salvador Sobral. 

É esta a maior competência de um governo que age assim: faz leis malvadas para eliminar a concorrência.
Deixamos uma sugestão a este governo que exibe cariz ditatorial: proibir a missa em dia de eleições e obrigar o Santuário de Fátima a fechar ao público. Ah! E se as eleições forem em época de praia, fechar todas as praias; e se for em época de muito frio e neve, mandar fechar a Serra da Estrela.


Estamos cansados de incapazes e impotentes que nada sabem e inventam leis para lixar o povo. À maneira dos chefes tribais. Será que querem restaurar a fogueira? E que tal a tortura para quem não provar onde eles querem?

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Joachim Rønneberg

Foto no Reino Unido em 2003

Joachim Rønneberg foi um Rambo de verdade. Provavelmente, este norueguês salvou a destruição da Europa, evitando que a Alemanha Nazi produzisse armas atómicas antes dos Estados Unidos.

Com 22 anos, vendo a sua pátria ocupada pelos nazis, decidiu resistir à força invasora e embarcou, tendo chegado à Escócia para se alistar nas Forças Aliadas e combater o demo nazi.

Foi-lhe entregue o comando de um pequeno grupo de seis homens que invadiu a Noruega, como se de um filme se tratasse. Atravessaram o gelo, o Inverno, as piores condições climatéricas até atingir o seu alvo.

Invadiram a fábrica nazi de Vermork onde se preparava o início da produção de água pesada, elemento indispensável para a produção da bomba atómica.

Colocaram bombas de modo a destruir o local de produção da água pesada, sem matar trabalhadores civis noruegueses, impedir o fabrico, mas não causar vítimas inutilmente.

Colocadas as bombas, evadiram-se. Assistiram de longe à explosão. Voltaram a Inglaterra e salvaram o mundo da hipótese de os nazis terem a bomba atómica.

Rønneberg sempre se considerou apenas uma ferramenta usada na guerra para a restauração da paz e nunca um super-herói.

Conhecido no Reino Unido e na Noruega, é infelizmente quase desconhecido no mundo que salvou.

Quando o Gorducho da Coreia do Norte possui já imenso material bélico e ameaça a paz mundial, temos que nos questionar:

- Não seria bom termos um novo Rønneberg?

Também podemos reflectir: Se os norte-coreanos não fossem tratados como escravos, se gozassem de algum tipo de direitos, se a riqueza produzida pelo povo da Coreia do Norte fosse usado para bem dos seus cidadãos e não para a alimentar o mau carácter de um doente mental, que felizes poderiam ser os habitantes da Península da Coreia!

Por cá, em Portugal, infelizmente, continuam a existir nazis, por um lado, e incompreensivelmente também há quem apoie o regime comunista e esclavagista da Coreia do Norte. 

Orlando de Carvalho