terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Roubar idosas e crianças à sombra da idoneidade


Foi pela década de 1980 que a avó ofereceu aos netos um mealheiro que era um cofre. Fez um depósito no Montepio a favor de cada um dos netos e recebeu o tal mealheiro com a devida ranhura para se colocar dinheiro. O cofre só podia ser abeto nas instalações do Montepio e o dinheiro que lá existisse era retirado e colocado na respectiva conta bancária.
Passaram alguns anos, não muitos. Os pais foram com as crianças ao Montepio para saber quanto tinha sido depositado pela avó e abrir os mealheiros para fazer a sua transferência para a conta.
O Montepio tinha cancelado esse sistema de poupança e tinha roubado o dinheiro das contas crianças que tinha sido depositado pela avó. Fizeram o favor de abrir os mealheiros e a família voltou para casa com os mealheiros, bons para irem para o lixo, com o dinheiro que neles tinha sido amealhado e com a notícia triste para a avó de que o Montepio tinha defraudado a confiança dela e roubado o dinheiro das crianças. Em boa verdade, os pais das crianças não quiseram dar essa tristeza à avó, já tão cansada de roubos e injustiças, e nunca lhe contaram a verdade.
Até que ao passar diante de uma loja do Montepio vimos o anúncio de que os mealheiros estão de volta.
Adivinhamos mais um roubo bancário e de banqueiros. Desta vez já plenamente anunciado porque é reincidência. Eles vão vivendo com os golpes de baú e contos do vigário, provavelmente convencidos que serão capazes de levar, no caixão, aquilo roubaram, especialmente a idosas e crianças.

Orlando de Carvalho

Sem comentários:

Enviar um comentário