2023.04.03
Ex.mo Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Excelência,
Nasci há 70 anos, na Sé, numa casa com entrada pelo Beco das Merceeiras e do outro lado pela Rua do Barão.
Vivi em Lisboa até casar, com 20 anos.
Então, precisei de mudar para fora de Lisboa. Resido desde então e até hoje na mesma casa no concelho de Loures.
Trabalhei a maior parte do tempo em Lisboa.
Mas nasci em Lisboa, sou lisboeta, alfacinha, e creio que se a cidade não estava em condições de me oferecer condições para lá continuar a residir, a minha naturalidade não foi alterada.
Nasci junto à parede por trás do altar-mor da Sé Catedral, fui baptizado no mesmo Baptistério que Santo António, na Sé. A 400 metros do Castelo de São Jorge.
E considero-me injustiçado pela minha cidade natal.
Gostava de ir de novo ao Castelo, para o mostrar aos meus netos que estão em Portugal.
Acontece que, de acordo com a legislação actual, que se esqueceu de mim e de outros na minha situação, tenho de pagar entrada no Castelo.
Todavia, cidadãos do Brasil, Canadá, Japão, Arábia, Austrália, muitos do Paquistão, que nasceram a milhares de quilómetros de Lisboa e por lá viveram, até migrarem para cá podem visitar e passear no “meu” Castelo gratuitamente.
Sei que esta lei, sendo relativamente recente, não é da autoria do senhor Presidente, mas julgo da maior justiça que seja alterada. Não por que eu seja especial, mas porque há muitas pessoas na minha situação.
Espero merecer a sua atenção.
Atentamente,
Orlando de Carvalho
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