quarta-feira, 20 de junho de 2018

#AppCristianoRonaldo






Nas minhas aulas de Informática explico sempre aos meus idosos alunos que nunca lhes será possível tirar todo o rendimento possível dos seus telefones inteligentes. São inumeráveis as potencialidades de qualquer uma dessas pequeninas máquinas.

São as comuns câmaras de fotografar e filmar, as calculadoras, as agendas e as menos comuns como aquela aplicação que se usa fotografando o rótulo de uma garrafa de vinho e se obtém na hora a resposta com todas as características daquele vinho e a classificação feita por peritos.

Há aplicações (apps) para quase tudo, mesmo as que não servem para nada, mas que muitos usam porque não têm mais que fazer.



A Selecção Nacional de Futebol que temos actualmente é semelhante a um computador ou smartphone direccionado para trabalhar em função da aplicação #Cristiano Ronaldo.

Quem sabe tirar proveito da #AppCristianoRonaldo consegue excelentes resultados nos trabalhos que realiza com aquela máquina. Foi assim que Zidane procedeu e foi tricampeão europeu. Pediu a Cristiano Ronaldo que parasse de se cansar com aquelas corridas malucas de uma ponta à outra do rectângulo de jogo e se poupasse para os grandes momentos, que para ele foram os principais jogos da Liga dos Campeões e especialmente a final. E foi bem premiado.



Recordo-me dos princípios de Cristiano Ronaldo. Jogava bem no Manchester United, depois no Real Madrid, onde já tinham percebido que aquilo era um software que necessitava ser bem explorado e bem rentabilizado, mas na selecção a coisa não resultava. Quase todos lhe chamavam vaidoso e classificavam de valia zero. Lembro-me que dentro do círculo de familiares e amigos mais fechado, apenas eu e o meu pai nos batíamos pelo Cristiano Ronaldo e éramos por isso ridicularizados. Até alguém se lembrar de fazer como no clube onde o agora reconhecido melhor do mundo jogava e puseram a equipa a jogar para ele. Ou quase. A campanha Brasil 2014 foi das maiores vergonhas desportivas nacionais. Os donos da Federação, seguindo interesses até hoje inexplicados, mas que eu imagino, andaram a exibir o nosso maior tesouro futebolístico como animal de circo, em jogos que rendiam dinheiro, pelo menos à Federação, mas que aos jogadores apenas causavam desgaste, principalmente a CR7.



Aquela expressão portuguesa de “dar pérolas a porcos” –  Significa não dar valor às coisas e não tirar delas o devido lucro.

Esperamos que a Selecção e o seleccionador aproveitem melhor as “nozes que Deus deu” e que o Cristiano Ronaldo não precise de continuar a vir ajudar o Rui Patrício, a atravessar o campo de baliza a baliza e depois ainda marcar o golo, ou ser criticado por não ter feito bem a assistência para o colega fazer o golo.

Mais cego que o cego é aquele que não quer ver.



Orlando de Carvalho

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