Nas minhas aulas de Informática explico sempre aos meus
idosos alunos que nunca lhes será possível tirar
todo o rendimento possível dos seus telefones inteligentes. São inumeráveis as
potencialidades de qualquer uma dessas pequeninas máquinas.
São as comuns câmaras de fotografar e filmar, as
calculadoras, as agendas e as menos comuns como aquela aplicação que se usa fotografando
o rótulo de uma garrafa de vinho e se obtém na hora a resposta com todas as
características daquele vinho e a classificação feita por peritos.
Há aplicações (apps) para quase tudo, mesmo as que não
servem para nada, mas que muitos usam porque não têm mais que fazer.
A Selecção Nacional de Futebol que temos actualmente é
semelhante a um computador ou smartphone direccionado para trabalhar em função
da aplicação #Cristiano Ronaldo.
Quem sabe tirar proveito da #AppCristianoRonaldo consegue
excelentes resultados nos trabalhos que realiza com aquela máquina. Foi assim
que Zidane procedeu e foi tricampeão europeu. Pediu a Cristiano Ronaldo que
parasse de se cansar com aquelas corridas malucas de uma ponta à outra do
rectângulo de jogo e se poupasse para os grandes momentos, que para ele foram
os principais jogos da Liga dos Campeões e especialmente a final. E foi bem
premiado.
Recordo-me dos princípios de Cristiano Ronaldo. Jogava bem
no Manchester United, depois no Real Madrid, onde já tinham percebido que
aquilo era um software que necessitava ser bem explorado e bem rentabilizado,
mas na selecção a coisa não resultava. Quase todos lhe chamavam vaidoso e classificavam
de valia zero. Lembro-me que dentro do círculo de familiares e amigos mais fechado,
apenas eu e o meu pai nos batíamos pelo Cristiano Ronaldo e éramos por isso
ridicularizados. Até alguém se lembrar de fazer como no clube onde o agora
reconhecido melhor do mundo jogava e puseram a equipa a jogar para ele. Ou quase.
A campanha Brasil 2014 foi das maiores vergonhas desportivas nacionais. Os donos
da Federação, seguindo interesses até hoje inexplicados, mas que eu imagino,
andaram a exibir o nosso maior tesouro futebolístico como animal de circo, em
jogos que rendiam dinheiro, pelo menos à Federação, mas que aos jogadores apenas
causavam desgaste, principalmente a CR7.
Aquela expressão portuguesa de “dar pérolas a porcos” – Significa não dar valor às coisas e não tirar
delas o devido lucro.
Esperamos que a Selecção e o seleccionador aproveitem melhor
as “nozes que Deus deu” e que o Cristiano Ronaldo não precise de continuar a
vir ajudar o Rui Patrício, a atravessar o campo de baliza a baliza e depois
ainda marcar o golo, ou ser criticado por não ter feito bem a assistência para
o colega fazer o golo.
Mais cego que o cego é aquele que não quer ver.
Orlando de Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário