terça-feira, 12 de novembro de 2019

Levar Universidade à Floresta


O Escaravelho da Palmeira, cientificamente denominado Rhynchophorus ferrugineus, assumiu a dimensão de epidemia no Norte de África e Médio Oriente na década de 1980. Entrou em Espanha em 1995 e em Albufeira em 2007, expandindo-se por todo o país.

Assistiu-se a partir de então ao apodrecimento das palmeiras, com maior evidência para as que foram plantadas nas vias públicas e jardins para efeitos decorativos. Qualquer cidadão entendia a necessidade de cortar, primeiro as palmeiras afectadas e, como se revelasse insuficiente, todas as palmeiras susceptíveis de apanhar a doença.

Demoraram as autoridades a tomar as medidas necessárias e ainda são visíveis muitas árvores doentes que ainda esperam ser cortadas para não contagiarem outros indivíduos.


A Lagarta do Pinheiro, processionária ou quaresma, é outra epidemia que ataca o pinheiro e, neste caso, com perigo também para as pessoas.

A Vesta Asiática é outra espécie não nativa, que causa grave perturbação na economia nacional.

Anuncia-se a chegada de uma nova praga, a Podridão da Castanha, provocada pelo Gnomoniopsis castânea que poderá destruir um novo sector da economia nacional se não forem tomadas medidas urgentes.

Tal como em relação aos fogos, estas e outras epidemias e pragas instalam-se normalmente com a passividade das autoridades que as deviam atacar e dizimar. Espera-se, até se atingir uma situação fora de controlo. E fica-se à espera das decisões do Governo, como se de um deus se tratasse que tivesse resposta para todos os males. E quando não as tem, pelo menos existe a quem atribuir culpas.

Já alguém terá pensado em instalar num concelho do interior um Laboratório para estudar e combater estas doenças?

Pode não ser tarefa fácil, mas o que fácil já está feito.

Metodologia, feita em cima do joelho, apenas para exemplificar.

Parceria com uma Universidade ou Instituto que se dedique a estas matérias, seja de Coimbra, Oeiras ou Bragança.

Instalação de uma Unidade Experimental no tal concelho do interior.

Fundos para instalação, manutenção e funcionamento: próprios da autarquia.

Encargos com trabalhadores contratados não cientistas: IEFP, etc.

Encargos com trabalhadores especializados, cientistas, jovens universitários: bolsas da FCT.

Possibilidade de fazer variadas parcerias com empresas químicas e bioquímicas e outras.

O que fica, desde início, proibido: dar preferência aos do partido, dar preferência aos amigos, forjar documentos e compras para meter dinheiro ao bolso.

É indispensável arrojo, porque todos dirão que isto é impossível, a não ser os que estiverem a pensar lucrar directamente com o empreendimento. Mas é viável, muito viável. Assim haja quem tenha bravura e ousadia para tal.





Orlando de Carvalho.


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