O Escaravelho da Palmeira, cientificamente denominado Rhynchophorus
ferrugineus, assumiu a dimensão de
epidemia no Norte de África e Médio Oriente na década de 1980. Entrou em
Espanha em 1995 e em Albufeira em 2007, expandindo-se por todo o país.
Assistiu-se a
partir de então ao apodrecimento das palmeiras, com maior evidência para as que
foram plantadas nas vias públicas e jardins para efeitos decorativos. Qualquer cidadão
entendia a necessidade de cortar, primeiro as palmeiras afectadas e, como se
revelasse insuficiente, todas as palmeiras susceptíveis de apanhar a doença.
Demoraram as
autoridades a tomar as medidas necessárias e ainda são visíveis muitas árvores
doentes que ainda esperam ser cortadas para não contagiarem outros indivíduos.
A Lagarta do
Pinheiro, processionária ou quaresma, é outra epidemia que ataca o pinheiro e,
neste caso, com perigo também para as pessoas.
A Vesta Asiática é
outra espécie não nativa, que causa grave perturbação na economia nacional.
Anuncia-se a
chegada de uma nova praga, a Podridão da Castanha, provocada pelo Gnomoniopsis castânea que poderá
destruir um novo sector da economia nacional se não forem tomadas medidas
urgentes.
Tal como em relação aos fogos, estas e outras epidemias e
pragas instalam-se normalmente com a passividade das autoridades que as deviam
atacar e dizimar. Espera-se, até se atingir uma situação fora de controlo. E fica-se
à espera das decisões do Governo, como se de um deus se tratasse que tivesse
resposta para todos os males. E quando não as tem, pelo menos existe a quem
atribuir culpas.
Já alguém terá pensado em instalar num concelho do interior
um Laboratório para estudar e combater estas doenças?
Pode não ser tarefa fácil, mas o que fácil já está feito.
Metodologia, feita em cima do joelho, apenas para
exemplificar.
Parceria com uma Universidade ou Instituto que se dedique a
estas matérias, seja de Coimbra, Oeiras ou Bragança.
Instalação de uma Unidade Experimental no tal concelho do
interior.
Fundos para instalação, manutenção e funcionamento: próprios
da autarquia.
Encargos com trabalhadores contratados não cientistas: IEFP,
etc.
Encargos com trabalhadores especializados, cientistas,
jovens universitários: bolsas da FCT.
Possibilidade de fazer variadas parcerias com empresas
químicas e bioquímicas e outras.
O que fica, desde início, proibido: dar preferência aos do
partido, dar preferência aos amigos, forjar documentos e compras para meter
dinheiro ao bolso.
É indispensável arrojo, porque todos dirão que isto é
impossível, a não ser os que estiverem a pensar lucrar directamente com o
empreendimento. Mas é viável, muito viável. Assim haja quem tenha bravura e
ousadia para tal.
Orlando de Carvalho.
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