O
grande problema de Portugal é que continua em vigor a herança de
"conhecer um contínuo" que dá uma palavra a um director que faz o favor
de tratar do assunto
Tratar, mas não resolver.
Resolver, tem de ser o interessado a mexer-se.
Mas
todos sabemos que se o interessado se mexe, de acordo com a lei e para
defender os seus interesses, vai acabar por chocar com um chefe (da
câmara, da polícia...) e fica desde logo tramado. E marcado para o
futuro. As pessoas votam por voto secreto, mas não em liberdade. Se sair
o presidente da Junta, ou o vereador tal, o meu genro pode ficar sem
emprego. Isto passa-se a nível global nacional em todas as actividades.
E
é muito difícil dar a volta a isto. Alguém muito rico ou estrangeiro
pode ter capacidade e energia para enfrentar as forças estabelecidas,
mas apenas resolvem o "seu caso".
O
país continua a ser grande e prestigiado à custa dos Descobrimentos, do
Cristiano Ronaldo e mais alguns desportistas (que o Eusébio e a Amália
já morreram), da cortiça e dos investimentos espanhóis que aqui se
estabeleceram depois de a União Europeia, Cavaco Silva e outros, terem
realizado a matança do nosso olival, da frota pesqueira e bacalhoeira em
especial, da nossa indústria naval, em Lisboa, em Setúbal, em Viana do
Castelo, da nossa indústria ferroviária, etc.
Solução?
Seria não continuar a votar nos mesmos, se houvessem outros.
Ou ter força para enfrentar os gangs mafiosos estabelecidos e que quotidianamente crescem como cogumelos.
Orlando de Carvalho
Sem comentários:
Enviar um comentário