Fui com a minha mulher ver uma exposição educativa na
Faculdade de Ciências, nas antigas instalações da Escola Politécnica, em
Lisboa, antecipando uma visita de estudo de um dos nossos filhos.
Como suspeitávamos, a exposição incluía material sexual
diverso, material erótico e pornográfico. Recordo-me de uma infindável colecção
de preservativos, das mais diversas dimensões, formas, espessuras, cores,
decoração e, segundo anunciado, sabores.
Poderíamos conceder um certo valor educativo sexual a este
folclore. Poder, podíamos. Mas…
A exposição incluía a projecção de filmes de animação em que
se explicava e mostravam relações homossexuais entre homens. Estava tudo bem
explicado, bem desenhado e colorido, a introdução do pénis de um homem no ânus
de outro homem. E mais, muito mais.
Se a colecção dos preservativos podia despertar para o
desejo de experimentar com um parceiro do outro sexo, o filme ensinava e excitava
o desejo para dois meninos experimentarem uma relação homossexual. Era um apelo
à homossexualidade.
Foco-me nestes dois exemplos da exposição porque já passaram
cerca de vinte e cinco anos, foi por volta de 1993, e a minha memória não é tão
elástica como eu talvez desejasse e tende a eliminar as coisas de menor
interesse para reter as mais importantes.
Está já confirmado que o que se pretendia nessa época com
tais iniciativas era simplesmente debochar a juventude e a família. O que foi
conseguido em certa medida. Através de métodos de censura e repressão, mais ou
menos explícita, os pais sentiam-se coagidos a colaborar e permitir que os seus
filhos e filhas fossem transviados.
Depois da visita que fizemos, falei com o pai de um colega
do meu filho, aquele que eu conhecia e sabia que estava moralmente mais próximo
de mim. Sabia, ou pensava que sabia. Contei-lhe sobre o que versava a exposição
e que eu e a minha esposa decidíramos não autorizar o nosso filho a participar
na visita de estudo. O Tavares estava de acordo com a minha opinião acerca do
assunto, mas adiantou logo que não tomaria atitude idêntica à minha porque
receava retaliações dos professores contra o filho dele.
Uma coisa é o falar e criticar e outra diferente é o agir. Nem
todos, mesmo num povo com uma História cheia de heróis, têm coragem, ousadia e
temeridade suficientes para fazer o que deve ser feito. Mesmo colocando em
perigo os seus filhos.
Nós não mentimos ao nosso filho, porque esse nunca foi o
método educativo em nossa casa. Explicámos-lhe que não íamos autorizar a
participação dele porque tínhamos visitado a exposição e não a considerávamos
apropriada. E ele aceitou com naturalidade. Confiava, e graças a Deus continua
a confiar, nos pais.
Veio-me à memória este caso à medida que fui lendo os
títulos das notícias sobre uma exposição de fotografias pornográficas num museu
do Porto. Tive mesmo que ler algumas das notícias para acompanhar o
desenvolvimento do caso. A questão tem girado, afinal, em torno da protecção
que alguém de bom senso quis possibilitar às crianças e jovens que pudessem
visitar a exibição.
A comunicação social vem fazendo a exaltação dos libertinos
e devassos ao mesmo tempo que tenta lançar na lama pessoas honestas, decentes,
dignas, talvez mesmo virtuosas.
Bem hajam aqueles que tentaram limitar o acesso de crianças
e jovens a uma exposição triste de fotografias tiradas por um homem que desde
há trinta ou quarenta anos se empenha em fazer apelos à substituição dos
valores familiares pelos da luxúria.
*As referências a deboche, devassidão e outras, aplicam-se à divulgação e incitamento das práticas referidas no texto e não a quem as pratica.
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Orlando de Carvalho
Segundo consegui entender as obras de teor sexual deveriam poder ser expostas em lugar reservado a menores....e o assunto ficava resolvido! Estou plenamente de acordo que a comunicação da liberdade de expressão deve ser sempre adaptada ao público alvo. Mas parece que hoje até a classificação de filmes e teatros deixa muito a desejar, como que já ninguém liga isso....o vale tudo é um mau principio mas compreendo que o fruto proibido é o mais apetecido!....
ResponderEliminarSegundo consegui entender as obras de teor sexual deveriam poder ser expostas em lugar reservado a menores....e o assunto ficava resolvido! Estou plenamente de acordo que a comunicação da liberdade de expressão deve ser sempre adaptada ao público alvo. Mas parece que hoje até a classificação de filmes e teatros deixa muito a desejar, como que já ninguém liga isso....o vale tudo é um mau principio mas compreendo que o fruto proibido é o mais apetecido!....
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ResponderEliminarLídia25 de setembro de 2018 às 16:40
ResponderEliminarConcordo com a educação sexual, nas escolas, mas principalmente em casa, não com atos, mas com palavras de carater protetor, para que os adolescentes e jovens se protejam, das possíveis consequências... Proibir, não é a melhor opção, mas autorizar tudo o que se lhes é apresentado, sem explicação da parte dos educadores, muito menos...Quanto ao medo dos pais, em relação às possíveis retaliações por parte dos professores, com os seus educandos, é um absurdo... Até nas praxes... há vinte e dois anos, sensivelmente, quando a minha filha mais velha entrou na Universidade, pois como todos os caloiros, entrou para as praxes. Eu, não a deixava sair à noite, nem a jantares... Numa dessas praxes, tive a sorte, digo sorte, porque não sei o que seria se as praxes continuassem. Estando as ditas praxes a decorrer em pleno centro da cidade, é óbvio que havia muita gente a assistir. A uma certa altura os ditos veteranos, mandaram deitar as meninas de barriga para o ar e os meninos deitados por cima, com gestos de fazer sexo. Aquilo começou a enojar, não só a mim como mãe, mas também alguns assistentes, enquanto as meninas se sentiam humilhadas e embaraçadas... Nada chegou a acontecer, porque eu enchi-me de coragem, subi a escadaria e puxei a minha filha de lá e acabei por humilhar os ditos doutores. O Reitor, nesse ano, proibiu as praxes... Minha filha, no princípio ficou com medo de retaliações, Mas Deus protegeu-a e antes pelo contrário, a partir daí, começaram a ajudá-la e a protegê-la. Quanto ao fruto proibido ser mais apetecido, nem sempre é assim. Depende muito da educação de casa. Pois tive mais um filho e uma filha em Universidades diferentes e nem um nem outro, quiseram as praxes e nem por isso, foram retaliados... Para tudo, o que mais vale, é a boa educação de casa. Se os pais não forem bem educados, uma vez que os filhos lhes seguem sempre o exemplo é óbvio que ainda ficam mais...Sexo explícito não é educação... Os pais deveriam olhar pelos filhos e observarem o que eles andam a aprender!