O nosso amigo Padre António Augusto fez esta publicação no Facebook.
Reproduzimo-la com a intenção de que possa ser útil a algum leitor.
Com a maior leveza e sem pensar impedimos tantas vezes salvar uma vida, um socorro atempado, prejudicamos de tantas maneiras os outros porque o nosso carro está a trancar outro carro, ou a impedir a passagem de carros ou pessoas, estacionado em cima do passeio, porque não pensamos e afinal estamos a prejudicar pessoas. Mais gravemente ou menos gravemente. Sejamos conscientes, pelo menos mais conscientes.
O texto do Padre António Manuel que também está aqui: https://www.facebook.com/antonioaugusto.sousa.3/posts/2401138113495307
Olá, Zé Carlos.
Foste, e és, o meu único afilhado de Batismo. Afilhadas tive duas e ainda tenho uma, graças a Deus.
A mana Augusto exigiu: «Então, se tenho um irmão Padre, ia escolher
outro padrinho para o meu filho?!. Serás tu e a nossa mãe. Assim, fica
bem entregue».
E ficaste até aos 16 anos, até àquele fatídico dia 20
de agosto em que, na companhia de teus primos e de tua tia. foste para a
praia do Rio, em Ponte da Barca, terra de teu pai. onde estavas de
férias com ele em casa de tua avó paterna.
E um remoinho atraiçoou-te, mesmo sendo, como eras, um bom nadador. Tua
tia delirava com as tuas piruetas na água e só tardiamente percebeu que
já não eram brincadeiras, mas que te estavas a afogar...
Os
bombeiros estavam perto, mas era dia de festa na Vila e os bombeiros
estavam no desfile, tendo ficado o quartel desguarnecido, apenas com
dois bombeiros e um velho carro. Ainda te tiraram da água com vida, mas o
desfile impediu que chegasses depressa, COMO ERA NECESSÁRIO, ao
hospital.
«Por dois minutos, salvávamos o "puto"» (desculpa, mas
foi isto mesmo que o médico de serviço, carinhosamente, te chamou,
desgostoso por não ter conseguido salvar-te...)
Eu estava numa
semana Missionária com os jovens em Ribeira de Pena. Lá os deixei,
entregues à Irmã Maria José Xara Brasil, e corri para Baguim, ao
encontro de tua mãe, a minha mana Ana Augusta
Cheguei pelas 04h.
Já nem suportava abrir os olhos. Deitei-me e descansei até às 6h.
Levantei-me e parti com ela para Ponte da Barca... A tua mãe rezou todo o
caminho em voz alta, para que eu não adormecesse.
Não sei como ela
suportou tanta dor! Mas sei que se recusou a vestir de preto, sei que
quis proclamar a Palavra de Deus na celebração do teu funeral e sei
também que, depois disso tudo, começou a morrer, nunca mais foi a
mesma...
Eu não aceitei mais nenhum convite para ser padrinho de Batismo.
Tive medo de voltar a sentir a mesma dor.
Quis aprender alguma coisa com a tua morte.
Fiquei sensível a muitas coisas, sendo talvez a mais importante, tentar
impedir a todo o custo cortar uma estrada por onde possa passar algum
socorro... Sabe-se lá que pressas possa haver.
Continuo a ouvir o
desolado médico: «Por dois minutos, salvávamos o "puto"». Sabes, Zé, ele
só o disse assim, deste jeito, porque não me conhecia e muito menos
imaginava que eu fosse teu padrinho....
A tua mãe já está contigo. Custou-lhe tanto esperar até aos 62 anos por um cancro que a levou para ti!
O teu pai cá continua a cuidar da tua mana e da filha dela, que é Ana. em homenagem à tua mãe.
Se aí no Céu também se dão beijos, dá-lhe um beijo por mim, com saudades.
Até um dia, com muito amor..
O teu padrinho.
Este blog vem transferido dos blogs sapo e ainda está em construção. Os artigos publicados são definitivos.
terça-feira, 20 de agosto de 2019
segunda-feira, 19 de agosto de 2019
Quem não gosta do Dr. Pardal?
A greve dos motoristas de matérias perigosas foi suspensa,
mas será reactivada se as empresas se mantiverem irredutíveis na negociação
apenas para não dar o braço a torcer àquele que já as venceu, Pardal Henriques.
Este foi o grande vencedor até ao momento.
Há quantos anos não eram mexidos os salários dos motoristas?
Há muitos e as empresas recusavam revisões salariais.
A FECTRANS apanhou o comboio de Pardal Henriques e das
matérias perigosas e conseguiu negociar um acordo que há anos os patrões
negavam,
O SIMM que também tinha apanhado boleia de Pardal Henriques
e do seu sindicato, também abandonou o movimento depois de ter conseguido ter
ganhos salariais à custa de Pardal Henriques.
Pardal Henriques pode ter muitos defeitos, mas revelou-se um
excelente negociador até ao momento. E isso é que causa raiva às empresas e ao
governo.
O Governo mostrou a sua habitual incapacidade e falta de
habilidade. Foi abandonado pelo PCP, pelo BE e foi apoiado essencialmente pela
comunicação social servil, servil desse mesmo governo e das associações
patronais. Uma vergonha jornalística.
Na prática, foi decretado em Portugal uma forma de Estado de
Sítio particular. O governo achou que isto era quase uma pré guerra civil. Incitou
portugueses contra portugueses, defendeu empresas, desculpabilizou eventuais
falcatruas das empresas, perseguiu e espezinhou trabalhadores.
Então se caíssem as pontes de Lisboa ou as do Porto? Não tínhamos
que continuar a viver? E se houvesse um terramoto terrível? Quando colocaram
bombas que impediram o abastecimento de água a Lisboa em 1975, tinha eu um bebé
recém nascido, não continuamos a viver?
O governo aproveitou a situação para dar espectáculo e
fazer campanha eleitoral. O pior é que fez isto dentro do seu horário de
trabalho, enquanto estava a ser pago por nós para o desenvolvimento do país,
para a concórdia entre portugueses, para o bem estar de todos os portugueses.
De facto, se a situação fosse crítica, em algum momento, o
Presidente da República teria puxado as orelhas ao ministro Costa, como já
aconteceu publicamente. Mas não o fez e até passeou de camioneta ao lado de um
motorista, desdramatizando o que Costa tentou dramatizar.
Costa teve a lata de criticar Rui Rio por estar de férias
durante este faits divers, esquecendo que ele esteve de férias enquanto morriam
portugueses em incêndios. Burrice política a mais.
Cristas, a esperta, foi o maior bobo desta festa com a
tentativa de alterar a lei da greve. Boa tentativa, mas nem o PSD a apoiou.
André Matias de Almeida revelou-se um advogado rancoroso e
inábil. Da panelinha entre Governo e ANTRANS apenas se conclui que até agora
teve de ceder em relação a dois sindicatos, para já, e a um terceiro em vias.
Como umas férias assim, como será a rentrée política?
Orlando de Carvalho
segunda-feira, 5 de agosto de 2019
Outro Ditador da I República
Esta rua é em Ourém. Este republicano maçónico do Grande Oriente lutou contra a religião e a Igreja.
Como administrador de Vila Nova de Ourém, foi o mandante da prisão ilegal dos três Pastorinhos.
O Ditador, é homenageado em Ourém e surge em todas as narrativas como um homem sem escrúpulos capaz de torturar crianças.
Lúcia, Jacinta e Francisco que o digam.
Orlando de Carvalho
domingo, 4 de agosto de 2019
Loures longe dos eleitores (excepto em campanha)
Quando falta a água, o que qualquer pessoa faz é ligar para
os Serviços para dar conta da situação e saber informação sobre o que se passa.
Há mais de 50 anos que me lembro de ser assim. Por todo o
país.
Ou a pessoa tem o número de telefone numa lista de números
de emergência ou vai procurá-lo numa factura arquivada.
Foi o que sucedeu comigo há dias. Não havia água a meio da
noite, não havia água pela manhã e telefonei para os SIMAR, Serviços
Intermunicipalizados de Água e Resíduos de Loures e Odivelas.
As multinacionais que não querem perder tempo com os
clientes, porque têm muitos e não lhes importa perder mais um, ou menos um,
inventaram um sistema de atendimento telefónico automático em que as pessoas
são completamente ridicularizadas e encaminhadas de umas mensagens gravadas
para outras sem qualquer hipótese de resolver o seu problema ou de encontrar
uma solução alternativa.
Foi o que sucedeu, uma vez que câmaras municipais grandes
como a de Loures se podem dar ao luxo de se organizarem e agir como
multinacionais, das grandes, em rodos os aspectos. Talvez se distingam por não
usarem offshores, mas no resto…
Sucintamente as gravações informavam-me que havia uma rotura
de água em Loures que seria reparada até ao meio-dia. E mandavam-me procurar
mais detalhes na página da Internet.
Loures… abrange Ponte de Lousa, Moninhos, A-dos-Cãos,
Montemor, Mealhada, Infantado, Fanqueiro, Cabeço de Montachique, Bucelas,
Tojais… quilómetros e quilómetros…
Finalmente resolvi o assunto porque sou um privilegiado. Eu
tenho Internet e foi fazer a tal consulta, que me indicou onde era a rotura,
mesmo perto da casa em que eu me encontrava sem água.
Um grande problema foi para a D. Joana que mora em Loures,
mesmo ao lado da Câmara Municipal, mas vive sozinha, tem 70 anos e não tem
Internet.
Também metade dos vizinhos que moram no meu prédio não tem
Internet.
Nem aquele velhote, o senhor Andrade, que vive numa casa
isolada na zona de Fanhões.
Coitados!
A Câmara de Loures e os Serviços Municipalizados não contam
com eles.
Quer dizer, para receber as contas da água, dos serviços de
remoção de resíduos, para isso contam.
E quando se fala em eleições, contam, e muito, com todos,
com os que têm Internet e com os coitaditos (será assim que os nomeiam nas
reuniões privadas da gestão autárquica?).
Loures informatiza-se, agiliza-se e deixa para trás as
pessoas, os mais fracos, os que nem têm plateia que os escute.
Imagem: o site com a informação para os privilegiados
Orlando de Carvalho
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