segunda-feira, 16 de março de 2020

Quer saber quantos vão morrer amanhã?

A diferença essencial entre as epidemias dos nossos tempos e as medievais ou da Antiguidade, ou mesmo de há um século atrás, é o desenvolvimento da disciplina de Epidemiologia, no campo da Matemática, já muito ajudada pelos progressos das Técnicas de Informação, os computadores.
As epidemias seguem regras matemáticas. Isto é difícil de entender para quem não está dentro do assunto.
Quando está a decorrer uma epidemia, de coronavírus, de gafanhotos, de piolhos, de algas, os matemáticos conseguem escrever a equação que regula a epidemia.
Assim, sabe-se quantos indivíduos invasores existirão em determinada data.
As epidemias normalmente começam a crescer devagar, depois muito e depois, de modo simétrico, decrescem até serem eliminadas.
Quer isto dizer que é possível afirmar com alguma certeza quantos portugueses vão morrer com o coronavírus no próximo Domingo. Ou italianos, na sexta-feira.
Revelar estes números não convém aos políticos que lhes chamam alarmistas. O que se passa é serem politicamente incorrectos. Vale mais manter o povo na ignorância.
Discordo.
A revelação de todo este esquema matemático, que seria desdenhado por muitos, levaria outros a modificar os seus comportamentos e tornaria mais fácil o controlo da epidemia.
Encontram-se questões médicas, matemáticas e políticas.
E o povo morre.
Não podemos esquecer que o regime chinês do presidente Xi é o grande responsável por não se terem tomado medidas que poderiam ter evitado o sofrimento e as perdas porque todos estamos a passar.
Também são questões matemáticas que moveram o presidente americano Trump para tentar comprar o exclusivo da vacina ainda em estudo. O sofrimento e a morte de muitos pode, pois, ser o enriquecimento daqueles que já são muito ricos.
Novamente questões médicas, matemáticas e políticas se confundem.
Quem gere as nossas vidas e as dos nossos filhos e concidadãos?
O progresso da ciência e o desenvolvimento da tecnologia deviam ser para melhorar o bem-estar de todos e não para facilitar o enriquecimento ilícito de alguns.

Orlando de Carvalho

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