quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

De Sakharov a Maduro


Andrei Sakharov é um dos dois pais da bomba de hidrogénio da União Soviética cujos primeiros testes ocorreram em 1953.
Em 1965, após reflexão sobre as consequências do seu invento, passou a pacifista, a opositor da ditadura e dos princípios estalinistas e a arbitrariedade com que as pessoas eram presas, enviadas para a Sibéria, para os Gulags, ou internadas em manicómios, quando se opunham ao poder instituído.
Os seus livros foram publicados no estrangeiro, mas proibidos na União Soviética.
Em 1975 recebeu o Prémio Nobel da Paz, mas foi proibido pelo governo soviético de se deslocar à Escandinávia para receber o prémio.
Em 1980 foi colocado em prisão domiciliária pelos comunistas soviéticos.
Alcançou finalmente a liberdade com a chegada ao poder de Mikhail Gorbachev em 1985.
Em 1985, o Parlamento Europeu instituiu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento.



Em 2017, o Parlamento Europeu atribuiu este prémio à oposição venezuelana, perseguida, torturada e assassinada por Nicolás Maduro e seus verdugos, como acontecia na União Soviética no tempo de Sakharov.
Todos os partidos comunistas, usando os mais diversos nomes, representados no Parlamento votaram contra.
Não podia ser de outro modo.
Eles não suportam Sakharov, um pacifista, defensor da liberdade de pensamento, perseguido pelos comunistas da União Soviética, nem suportam a Oposição da Venezuela, defensora dos pobres oprimidos pelo regime de Maduro.
Os comunistas têm alergia à liberdade de pensamento e caçam os pobres que não podem defender-se para os assassinar. Mas todos podem salvar-se se tiverem cartão do Partido. Embora Estaline também esses assassinasse. 
Os de hoje são os mesmos do tempo de Lenine e Estaline, seja qual for o nome que tenha o Partido. 

Orlando de Carvalho


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