Andrei Sakharov é um
dos dois pais da bomba de hidrogénio da União Soviética cujos primeiros testes
ocorreram em 1953.
Em 1965, após reflexão
sobre as consequências do seu invento, passou a pacifista, a opositor da
ditadura e dos princípios estalinistas e a arbitrariedade com que as pessoas
eram presas, enviadas para a Sibéria, para os Gulags, ou internadas em
manicómios, quando se opunham ao poder instituído.
Os seus livros foram
publicados no estrangeiro, mas proibidos na União Soviética.
Em 1975 recebeu o
Prémio Nobel da Paz, mas foi proibido pelo governo soviético de se deslocar à
Escandinávia para receber o prémio.
Em 1980 foi colocado
em prisão domiciliária pelos comunistas soviéticos.
Alcançou finalmente a
liberdade com a chegada ao poder de Mikhail Gorbachev em 1985.
Em 1985, o Parlamento
Europeu instituiu o Prémio Sakharov para a Liberdade de
Pensamento.
Em 2017, o Parlamento Europeu atribuiu este
prémio à oposição venezuelana, perseguida, torturada e assassinada por Nicolás
Maduro e seus verdugos, como acontecia na União Soviética no tempo de Sakharov.
Todos os partidos comunistas, usando os mais
diversos nomes, representados no Parlamento votaram contra.
Não podia ser de outro modo.
Eles não suportam Sakharov, um pacifista,
defensor da liberdade de pensamento, perseguido pelos comunistas da União
Soviética, nem suportam a Oposição da Venezuela, defensora dos pobres oprimidos
pelo regime de Maduro.
Os comunistas têm alergia à liberdade de
pensamento e caçam os pobres que não podem defender-se para os assassinar. Mas todos
podem salvar-se se tiverem cartão do Partido. Embora Estaline também esses
assassinasse.
Os de hoje são os mesmos do tempo de Lenine e Estaline, seja qual for o nome que tenha o Partido.
Orlando de Carvalho
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