quinta-feira, 17 de maio de 2018

Estrada Quê?


Estrada Nacional EN 2
Auto-estrada A 2
Itinerário Principal IP 2
Itinerário Complementar IC 2
Estrada Europa E 2
Estrada Municipal EM 2?

Várias estradas têm simultaneamente vários destes nomes, e um número diferente para cada denominação. Qual o papel do cidadão comum neste emaranhado de incompetências e incongruências legislativas?

Os senhores e as senhoras (é politicamente incorrecto nomear as senhoras em primeiro lugar, esse é um gesto machista que deve ser completamente e voluntariamente abolido da sociedade enquanto não são feitas leis a tornar isso obrigatório) que são pagos para fazer leis resultam de ajustamentos ditos partidários mas que na realidade não passam de trocas de favores entre amigos. Eu coloco fulano na lista para deputado se tu colocares sicrano candidato a presidente de câmara e o gajo como administrador não executivo do banco tal. Falamos de pessoas que nada sabem fazer mas nascem predestinadas a ter um papel político activo no recebimento de benesses. Pessoas que são nomeadas para fazer leis porque não sabem fazer mais nada e quem as nomeia também não sabe legislar, assim…
Mas são pessoas com faro para negócios estranhos.
Quando é inaugurada uma auto-estrada com portagem, desaparecem as placas indicadoras de acesso à anterior via, que não se sabe onde é, porque os nós de acesso foram completamente modificados.
O condutor é quase obrigado a pagar portagem porque lhe acontece como o Raul Solnado fantasiava: perde a estrada, neste caso, a velha.
Há as situações de surgirem subitamente mais de uma dezena de opções distribuídas por várias placas de diversas cores e tamanhos e ainda uma delas com uma extensa explicação relativa a uma obra ou outra anomalia. Quem não costuma usar aquela caminho tem de travar, parar, muitas vezes, para ler tudo e decidir, sob as buzinadelas e protestos de quem lá passa regularmente e conhece bem aquele rede de vias. Por vezes até haverá acidentes.
Claro que o problema da nomenclatura das estradas tem solução. Nomeia-se uma Comissão, formada por pessoas a quem é necessário retribuir algum favor, e que não percebendo nada do assunto, nem tendo jeito para trabalhar e pensar produzem uma porcaria maior que a existente. Como sucedeu com o Acordo Ortográfico. E, quer o povinho queira, quer não, a democracia não passa de uma ilusão e é preciso descer à terra. As leis têm que ser cumpridas, não precisam de ser justas nem lógicas. Já Nero pensava mais ou menos assim.

Orlando de Carvalho

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