A BP enviou-me um cartão novo para substituir o que eu tinha
há anos. A substituição obrigava ao registo do cartão num site da BP. Em
contrapartida ofereceriam 300 pontos no cartão.
Este é o mais recente de muitos casos idênticos que me têm
sucedido e que estão a ser promovidos por muitas empresas.
Para mudar para um cartão novo, mas igual ao anterior, e
receber os tais 300 pontos, eu apenas teria de oferecer gratuitamente os meus
seguintes dados:
- nome próprio
- apelido
- género (isto é, sexo)
- NIF
- e-mail
- telefone
- telemóvel
- país
- distrito
- localidade
- rua
- código postal
- data de nascimento
Facultativamente, era ainda convidado a informar se sou
sócio do ACP.
Para receber uns desgraçados pontos com os quais se poderiam
ganhar uns miseráveis brindes, a BP apenas exigia saber tudo o que vem na lista
acima!
É evidente que me enviariam depois mensagens electrónicas,
SMS’s, cartas, sei lá que mais, a informar que os dados que já lá tinham não
seriam alvo de má utilização.
Alguns queixam-se do abuso do Facebook relativamente à
utilização dos dados dos seus utilizadores. A maior parte das pessoas nem faz a
mínima ideia do que isso seja, infelizmente.
Descarregamos aplicações para os telemóveis e autorizamos os
fabricantes de todas elas a saberem tudo da nossa vida. Normalmente damos
autorização inclusivamente para nos localizarem, com tamanha precisão que
conseguem saber se estamos na casa de banho ou no quarto de dormir. É verdade!
Há dias a Microsoft queria saber o meu NIB para autorizar o
acesso ao e-mail. Pasme-se!
Nesta via, depressa seremos pouco mais que robots nas mãos
dos donos das grandes empresas de informação e de informática. E eles espiam
mais as nossas vidas, e melhor, que a PIDE, a CIA, o KGB e outras do género,
excepto a que trabalham já aliadas às grandes centrais informáticas.
Por amor a si mesmo, não conte a sua vida toda a qualquer
bandido de colarinho branco. Ou escondido atrás de um monitor.
Orlando de Carvalho
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